Gemas

O QUE SÃO GEMAS?

As gemas são geralmente minerais que foram, ou podem ser, trabalhados para uso em adornos pessoais. Via de regra elas são lindas, raras e duráveis.

O termo “gema” tornou-se designação comumente aceita para todas as pedras ornamentais de valor, eliminando a anterior distinção artificial entre as chamadas pedras “preciosas” e “semi-preciosas”.

A raridade, a beleza e a intrínseca perfeição que elas trazem, em decorrência de um milenar trabalho de depuração geológica, são o que dão fundamentalmente a essas gemas uma conotação de valor.

TRADE TERMS OU TERMOS COMERCIAIS

No setor joalheiro é comum a associação de certos adjetivos a uma gema em particular. Por exemplo, Topázio Imperial extra é conhecido como “Topázio sherry’ porque a sua cor se assemelha ao vinho do mesmo nome (Xerez em português).

Da mesma forma, pessoas do setor costumam usar o nome de minas, países, cidades ou estados – ”Tatu” para Água Marinha, “Burma” para Rubi, “Colômbia” para Esmeralda, e “Paraíba” para Turmalina - para descrever a cor especial das gemas.

CLASSIFICAÇÃO DOS DIAMANTES

1 - COR

A maioria dos Diamantes usados na Indústria são incolores ou com toques de amarelo ou marrom. O GIA classifica os Diamantes de D à Z. Quanto maior a ausência de cor, mais próximos à letra "D" e quanto mais visível e intenso for o amarelo, mais próximo da letra "Z".

Gia Color Scale

2 - PUREZA

Poucas coisas na natureza são absolutamente perfeitas. Isto também se aplica aos Diamantes, que apresentam características internas, chamadas de inclusões, e irregularidades na superfície, chamadas de “blemishes” ou manchas. Juntas elas são conhecidas como as características de pureza do Diamante. Obviamente, os Diamantes são mais valorizados quanto mais limpos e puros forem, mantendo-se todos os outros fatores constantes. O GIA classifica os Diamantes de FL (Flawless ou Imaculado" à I3 (Included ou com Inclusões).

Pureza das joias

3 - LAPIDAÇÃO

O fator lapidação deve ser analisado de duas maneiras simultaneamente: primeiro deve-se observar o tipo de lapidação, ou seja, se é redonda brilhante (Amsterdã/Completa) ou "fancy", como são conhecidas as demais lapidações, como: coração, baguete, navete, esmeralda, etc. ; o segundo fator é a qualidade da lapidação em si, onde julga-se a simetria e qualidade do polimento. Segundo o GIA, a lapidação dos Diamantes é classificada de Excelente à Pobre.

Lapidação das joias

4 - QUILATE

Gr (gramas) e Kg (quilograma) são unidades de medida muito grandes para serem usadas com gemas lapidadas de uma maneira geral, por isso utiliza-se o ct (quilate).

O quilate (ct) é portanto, uma medida de peso. Em 1907 foi convencionado que 1 (um grama) equivale à 5 ct cinco quilates).

A origem da palavra quilate vem do feijão da alfarrobeira (carob) usado pelos antigos mercadores.

No caso dos Diamantes, quanto maiores eles forem, mais difíceis de serem encontrados, e via de regra, mantendo-se os demais fatores constantes, Diamantes maiores custam mais que os menores.

PRINCIPAIS GEMAS

O Diamante recebeu esse nome devido à sua dureza incomparável (do grego “adamas”, que significa inconquistável, indomável).

É considerado o rei das gemas e tem sido usado como adorno desde a antiguidade.

Pode ser encontrado nas cores amarela, castanha, incolor e negra; mais raramente, nas cores verde, azul, rosa e vermelha.

O valor do Diamante se baseia nos 4 C’s : Color (Cor), Cut (Lapidação), Clarity (Pureza) e Carat (Peso em quilates).

Diamante

Na Grécia antiga, a Safira era conhecida com “sappheiros” que significa “o amado de Saturno”.

Algumas sociedades da antiguidade acreditavam que a Terra descansava sobre uma Safira, a qual seria responsável pela coloração azul do céu.

Por séculos a Safira tem sido associada à realeza e ao romance. Essa associação foi reforçada em 1981 quando o príncipe Charles do Reino Unido deu de presente de noivado à Lady Diana Spencer, um anel com Safira e Diamantes. Em 2011, o mesmo anel foi presenteado pelo príncipe William a sua noiva, Kate Middleton.

Safira é o nome dado a todos os Coríndons azuis, sendo a mais valiosa o azul profundo. Existem Safiras incolores, róseas, alaranjadas, amarelas, verdes, violetas e negras, as quais são conhecidas como Safiras Fancy e são designadas pelo termo Safira seguido da sua cor.

Safira

O Rubi, a segunda gema mais dura depois do Diamante, deve seu nome à sua cor vermelha (do latim “rubeus”). Em sânscrito antigo, Rubi é conhecido como ‘ratnaraj’ ou “rei das pedras preciosas’.

Vermelho é a cor das mais intensas emoções: amor, paixão e fúria. É associada à objetos de poder e desejo, como carros esportivos, mantos reais e rosas.

Gemas grandes são mais raras que Diamantes de mesmo tamanho.

Sua coloração nem sempre é homogênea, apresentando frequentemente manchas.

Apresenta-se em diversos tons de vermelho, desde o mais procurado vermelho puro, conhecido como “sangue de pombo”, passando por misturas que mostram tons azulados, roxo, laranja ou marrom.

Na Europa medieval, acreditava-se que o Rubi garantia saúde, riqueza, sabedoria e sucesso no amor. Pode ser encontrado no Afeganistão, Quênia, Madagascar.

Comercialmente, quanto mais escuro e definido o vermelho, melhor; quanto menos inclusões tiver, melhor e gemas acima de 5 cts são raras e mais caras por ct.

Curiosidades:
Auguste Verneuil produziu o primeiro Rubi sintético em 1902 através da exposição de óxido de alumínio pulverizado e material corante à chama de um maçarico.

Rubi

O nome Esmeralda provém do grego “smaragdos”, que significa, literalmente, pedra-verde.

É a gema mais preciosa do grupo do Berilo. As inclusões, prova de autenticidade, são conhecidas como jardins.

Frequentemente a gema aparece turva e somente as qualidades mais finas são transparentes.

A primeira mina de Esmeralda conhecida foi encontrada no Egito, onde existem evidências de atividade mineradora desde 2000 AC. Cleópatra era conhecida por sua paixão por Esmeraldas, e sempre a usava em seus adornos reais.

As Esmeraldas Colombianas se tornaram conhecidas após as expedições espanholas na América do Sul.

O Brasil é um dos maiores produtores de Esmeralda, sendo principalmente encontrada nos estados de Goiás, Minas Gerais e Bahia e graças ao Sr. Júlio Sauer as Esmeraldas brasileiras são conhecidas como Esmeraldas e não apenas, "Berilo". Em 1963, após ter encontrado Esmeralda no município de Salininha, no estada da Bahia ele levou-as para serem testadas nos laboratórios do GIA.

A maioria das Esmeraldas tem suas inclusões preenchidas com óleo ou resinas ou uma mistura dos dois. Esmeraldas sem tratamento têm preço “Premium”.

Esmeralda

O nome é graças a sua cor, que parece a cor do mar egeu (do latim: acqua marina ou água do mar). Os marinheiros na antiguidade a levavam em suas viagens para proteção e a jogavam no mar para satisfazer a ira de Poseidon, o deus dos mares.

O gosto pela Água Marinha mudou consideravelmente através dos anos. A variedade verde-mar foi por muito tempo a mais valorizada. Os consumidores de hoje, no entanto, procuram mais por variedades que mostrem tons de azul mais escuros, em tons mais saturados. A maior água marinha com qualidade para lapidação foi encontrada no estado de Minas Gerais pesando 110,5 kg. O Brasil é um dos maiores produtores dessa gema no mundo desde 1811.

Água Marinha

Muitas vezes confundida com Turmalina Rosa e Kunzita, a cor da Morganita varia do rosa pastel ao pêssego suave.

As primeiras gemas deste tipo foram encontradas em 1911 na ilha de Madagascar. Seu nome é uma homenagem ao banqueiro e grande conhecedor de gemas John Pierpont Morgan (J.P. Mogan).

A Morganita é uma variedade do grupo Berilo, do qual também fazem parte a Esmeralda e a Água Marinha. O Brasil hoje é o maior produtor dessa gema.

Morganita

Origem do nome deve-se à mina onde primeiro foi encontrada, de nome Maxixe, no estado de Minas Gerais, nos anos 1900s.

A cor é um azul escuro proveniente da radiação natural ou centro de cor na estrutura atômica da gema.

Berilo Maxixe

Origem do nome deve-se à combinação de duas palavras gregas, "helios" ou sol e "doron", presente, ou seja, presente do sol.

A cor varia do amarelo ao amarelo esverdeado e dourado.

Berilo Amarelo

A diferença entre o Berilo Verde e a esmeralda está na intensidade da saturação da cor verde.

A origem da cor se deve a traços de ferro e talvez, um pouco de crômio.

Brasil, Zimbábue e Austrália são importantes fontes de berilo verde.

Berilo Verde

Alexandrita é um raro Crisoberilo que muda de cor conforme a luz: Esmeralda de dia, Rubi à noite. Vastos depósitos de Alexandrita foram descobertos em 1830 na Rússia e o seu nome foi uma homenagem ao jovem imperador Alexander II.

A gema ganhou grande atenção do país porque as suas cores verde e vermelha representavam as cores da bandeira imperial da Rússia. Hoje, a Alexandrita é encontrada no Sri Lanka e Brasil. Pela escassez e raridade, especialmente em tamanhos maiores, ela se tornou um dos mais caros Crisoberilos.

Alexandrita

O Crisoberilo (do grego, ouro), é conhecido desde a Antiguidade. Pode ser encontrado nas cores verde, verde amarelado e amarelo-amarronzado. Atualmente, Alexandrita e Crisoberilo Olho-de-Gato são as variedades mais apreciadas.

Por ser uma pedra muito dura e durável, é particularmente indicada para a confecção de joias.

Crisoberilo

A Ametista, encontrada nas cores violeta, vermelho e violeta pálido é a pedra mais apreciada do grupo do quartzo. Lendas gregas e a sua cor vinho-púrpura, a associavam a Baco, o rei do vinho.


 A princípio era usada somente pela nobreza e o clero, mas com o passar do tempo foi tornando-se cada vez mais acessível e apesar de sua abundância, nunca perdeu seu valor e nunca saiu de moda.
A ela são atribuídas forças sobrenaturais de sorte, estabilidade, proteção de feitiços e nostalgia.
Acreditava-se que ela despertava a inteligência e trazia paz de espírito a quem a usasse. É facilmente encontrada em qualquer tamanho e formato. O Brasil é um dos maiores produtores de Ametista, sendo principalmente encontrada nos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Pará.

A grande disponibilidade, preço acessível e cor atrativa fazem da Ametista uma das gemas coloridas mais populares.

Ametista

O nome Citrino é derivado de sua cor amarelo-limão (do latim "citrus"). A cor desta gema varia do amarelo claro até o pardo dourado e pode ser confundida com o Topázio Imperial devido à semelhança de cores. Os citrinos de cor natural são raros. A maioria dos Citrinos encontrados no mercado são na verdade Ametistas ou Quartzos Fumê beneficiados por calor. As ametistas do Brasil se tornam amarelas claras a 470°C e amarelo escuro entre 550°C e 560°C.

Citrino

Num só cristal uma parte é Ametista, e a outra é Citrino, ou seja, uma parte é amarela e a outra lilás.

Comercialmente, quanto mais escuras e definidas as cores, melhor; quanto menos inclusões, melhor; e quanto mais equilibrada a divisão das cores, melhor.

A Bolívia é o maior produtor de Ametrino do mundo.

Ametrino

Cristal de Rocha é o nome no mercado para os Quartzos transparentes. Foi primeiro descoberto na Grécia.

Incolor e transparente o Cristal de Rocha é a variedade de quartzo mais comum do planeta. Embora seja encontrado por todo o mundo, as jazidas mais importantes de Cristal de Rocha estão no Brasil.

O nome Cristal vem da palavra grega “krystallos” que significa gelo, pois se pensava que o quartzo era gelo formado pelos Deuses.

Cristal de Rocha

Trata-se de um Quartzo transparente com inclusões. Normalmente o nome é dado graças ao tipo e/ou cor das inclusões que podem ser douradas, vermelhas e pretas.

Cristal Rutilado ou Sagenita

Possui uma adorável cor rósea violeta advinda de traços de manganês. Foi descoberta em uma mina perto de São Diego, Califórnia e batizada com o nome do notável gemólogo G. F. Kunz, quem primeiro descreveu a pedra em 1902.

A gema ainda hoje pode ser encontrada nos Estados Unidos, como também em Madagascar, Afeganistão e Brasil.


Embora seja nova no mundo das gemas ela já adquiriu história e tradição. Acredita-se que aqueles que a usam são abençoados com belo destino. Sua cor suave remete à pureza e inocência e sua presença é considerada como um símbolo de fertilidade e o começo de uma vida nova.

Kunzita

A origem do nome Opala é a palavra sânscrita “upala” que significa pedra preciosa. A Opala contém sempre um pouco de água em sua composição química, numa proporção que oscila de 3 a 20% a depender do tipo.


Pode ser encontrada nas cores branca, cinzenta, azul, verde, alaranjada e negra, sendo esta última muito rara.


Uma aura de mistério e fascínio envolve a opala. O jogo de cores que emerge do seu interior confere-lhe uma aparência que desde a Antiguidade intriga e confunde o homem. Lendas árabes acreditam que as Opalas caíram dos céus em flashes de luz. Os gregos acreditavam que os donos de Opalas adquiriam o dom da profecia e os protegiam de doenças. Europeus há muito a consideram como símbolo de esperança, pureza e verdade.

Opala

O nome desta pedra é derivado do árabe “faridat”, que significa “gema”. Os egípcios a chamavam de “gema do sol”. O Peridoto foi levado para a Europa Central pelas Cruzadas na Idade Média e era frequentemente utilizado para finalidades eclesiásticas. Foi a gema mais popular durante o período Barroco.
Sua cor pode ser amarelo-esverdeada, verde-oliva ou verde-acastanhado.

Peridoto

Por séculos, o nome Topázio vem sendo associado à cor amarela. Hoje sabe-se que este existem Topázios de uma gama de cores que incluem o vermelho, rosa, lilás, amarelo, laranja, marrom, bem como azul e verde, além de transparente.

Origem do nome: da ilha Zeberget no Mar Vermelho (a antiga Topazos), palavra sânscrita, "tapas" que significa calor, paixão, fogo.

Topazio

O Topázio Imperial é o mais apreciado dos Topázios. Seu nome deriva de “Czar Topaz”, por ter sido encontrado pela primeira vez nas montanhas Ural da antiga União Soviética e ter sido sempre associada à família real russa. O imperador (Czar) a usava como símbolo de nobreza e poder.

Foi também uma homenagem à D. Pedro I que teria se encantado com a exuberância das cores de alguns Topázios que lhe foram oferecidos em sua estadia na antiga Vila Rica em Minas Gerais, onde há relatos de produção desde o ano1735.

Por séculos muitas indianos acreditavam que usar um Topázio Imperial acima do peito garante vida longa, beleza e inteligência.

Há algum tempo eram denominadas Topázio todas as gemas amarelas e de cor castanho douradas, porém, a cor dourada do Topázio Imperial não é beneficiada por calor ou outro processo de tratamento.

Registrou-se ocorrências no Paquistão e no Brasil, mas atualmente o Brasil é o maior produtor desta gemas estando as maiores minas em Dom Bosco, Rodrigo Silva e Saramenha, distritos de Ouro Preto, Minas Gerais. Essa região produz o Imperial desde 1735.

Apesar de todo esse “allure” de magia e beleza, o Topázio Imperial continua sendo uma gema reservada a “connoisseurs” e designers de alta joalheria. Devido ao fato de ter se tornado tão rara, o preço dessa gema tem aumentado consideravelmente nos últimos anos.

Topázio Imperial

É a mais comum e popular dos topázios no mundo. A busca por esta cor é tão grande que os fabricantes de joias desenvolveram diversos tons de azuis, variando desde o mais claro azul do céu (Sky Blue) até chegar no mais profundo azul parecido com uma Safira (London Blue).

A grande maioria dos Topázios Azuis no mercado já foi branca e a partir de cuidadosos processos de aquecimento e radiação, a pedra gradualmente torna-se azul. Embora o azul mais escuro seja a preferência da maioria dos consumidores, cada azul possui sua própria aparência e personalidade.

Topázio Azul

A Turmalina pode ser encontrada em quase todas as cores do arco-íris. Nenhuma gema possui uma gama de cores tão rica como a Turmalina e essa infinita variedade de cores e tonalidades pode fazer com que ela seja tomada, muitas vezes, por outras gemas. Os exploradores portugueses, por exemplo, descobriram depósitos de Turmalina Verde no Brasil em meados de 1500, acreditando se tratar de Esmeraldas.
A confusão sobre a identidade da gema se reflete no seu nome, que vem do cingalês “toramalli”, que significa “gemas misturadas”.

Podem ser encontradas Turmalinas verdes, (Verdelita), azuis (Indicolita), róseas, vermelhas, (Rubelita), pretas (Schrol), amarelas, pardas (Dravita), roxas, incolores (Acroíta) ou multicoloridas (Bicolor e Melancia).

O Brasil é o principal produtor de turmalinas no mundo e foi o primeiro a produzir a mais famosa de todas: a Turmalina Paraíba.

Turmalina

Tem esse nome por ter sido descoberta em 1989 no município de Salgadinho, no estado da Paraíba, nordeste do Brasil. A maior produção ocorreu entre 1989 e 1991 quando 10.000 a 15.000 gramas da gema de qualidade ótima eram extraídas. Atualmente, a produção não excede 100gr de gema por mês.

A Turmalina Paraíba tem como elementos corante o cobre e o manganês responsáveis pela sua principal característica: uma cor azul elétrica ou neon. Pode ser encontrada também nas cores verde esmeralda, turquesa, azul céu, índigo, azul safira, azul-violeta e lilás.

Na atualidade, Nigéria e Madagáscar são os maiores produtores dessa variedade rara de Turmalina.

Turmalina Paraíba